terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Porto de Natal dobra movimentação de frutas em dois anos, segundo pesquisa divulgada pela Codern


O Porto de Natal registrou um crescimento superior a 100% na movimentação de frutas nos últimos dois anos. A Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) informa que o embarque passou de 83.222 para 168.701 toneladas entre 2011 e novembro de 2013. A maioria da carga vem dos produtores do Rio Grande do Norte. A maioria das frutas exportadas pelo estado são melão, manga, banana e melancia.
Ainda de acordo com o diretor da Codern, a perda de exportações do Rio Grande do Norte para outros estados está diretamente ligada à deficiência de linhas para outros destinos mundiais. Atualmente o porto embarca produtos para os Portos de Algeciras e Viggo, na Espanha, Roterdã, na Holanda, e Tilbury, na Inglaterra.De 2011 para 2012 a movimentação subiu de 83.222 para 154.358 toneladas, o que resultou em um aumento de 85% nas exportações entre os dois anos. No último balanço realizado pela companhia, os dados atualizados da movimentação de frutas de 2013 registraram o volume de 168.701 toneladas até novembro. O crescimento foi de 26% em relação ao mesmo período de 2012, de janeiro a novembro, e de 103% se comparado a todo o ano de 2011.
De acordo com a Codern, o resultado de 2013 só não foi maior porque faltou espaço nos navios para a demanda de contêineres de frutas. Para que o problema não seja repetido na safra de 2014, uma negociação está em andamento entre produtores e armadores para que o espaço nos navios para embarques de frutas seja aumentado.
De toda a movimentação de frutas de 2013, 90% da carga é oriunda do Rio Grande do Norte e 10% de Pernambuco. “O Porto tem capacidade para fazer mais e estamos em busca disso, para fazermos do Rio Grande do Norte um estado que se destaque na economia do Nordeste e do país”, afirma o diretor-presidente da Codern, Pedro Terceiro de Melo.
Para sanar essa carência de linhas para exportações de longo curso, o Porto de Natal está em negociando uma nova linha com destino ao Porto de Espanha, em Trinidad e Tobago, que atenderá à linha dos Estados Unidos e reembarque para a Ásia.
“A questão dos outros portos que fazem embarque para outros países, onde a carga do RN migra, está diretamente ligada à deficiência de linhas para outros destinos, o que já está sendo resolvido para a safra de 2014” explica Pedro Terceiro. A Codern também conta com a conclusão das obras do Berço 4 e a ampliação da retroárea.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Chuvas no nordeste em 2014, segundo o Inmet

Atingido por uma estiagem severa nos últimos dois anos, o Nordeste pode voltar a ter chuvas abaixo da média em 2014. A previsão é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). De acordo com o meteorologista Mozart de Araújo Salvador, a temperatura do Atlântico Norte, cuja alta causou a diminuição das chuvas em 2012 e 2013, continua elevada, embora em patamar menor que o do ano passado.
Segundo Salvador, caso a situação se mantenha, há chance de menos chuva do que tradicionalmente. No entanto, não é possível prever a intensidade de um eventual novo período de seca. “A possibilidade [de estiagem] não está afastada”, disse ele.
O meteorologista explicou que, em dezembro, quando o Inmet levantou os dados para seu prognóstico mais recente sobre o Nordeste, a temperatura do Atlântico Norte estava de 0,5°C a 1°C acima da média. “Espera-se que [a alta de temperatura] não se intensifique, ou o risco de prejuízos para as chuvas é grande”, acrescentou.
Salvador esclareceu que, no ano passado, a temperatura do oceano chegava a 1,5°C acima da média. Para normalização das chuvas no Nordeste, o ideal é que ela recue nos próximos meses. Uma nova medição será feita na segunda quinzena de janeiro.
Para o primeiro trimestre deste ano, o Inmet vê 40% de possibilidade de chuvas dentro da média e 35% de probabilidade de ficarem abaixo da média para o semiárido do Ceará, do Piauí, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do norte da Bahia. Existem ainda 25% de chance de precipitações acima da média.
Em 2012 e 2013, produtores rurais desses e de outros estados perderam gado e lavoura com a estiagem e tiveram de ser socorridos pelo governo, que disponibilizou linhas de crédito emergenciais e permitiu a renegociação de dívidas a agricultores que não puderam honrar os pagamentos em função das perdas com a estiagem.
Para 2014, o Ministério da Integração Nacional informou que ainda aguarda dados mais concretos com relação ao panorama relacionado à seca para definir ações. O órgão informou ainda que, até o momento, não há decisão sobre renovação das linhas de crédito, mas que é possível aderir à renegociação de débitos até 30 de dezembro deste ano.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Principais formações geológicas entre as cidades de Mossoró e Lajes no interior do estado do Rio Grande do Norte


Viagem realizada entre Mossoró e Lajes, no interior do Rio Grande do Norte, onde foram percorridos cerca de 160 km na BR 304. Ao partirmos de Mossoró, sentido Natal, foram sete paradas, onde observou-se as diferentes formações rochosas presentes em um pequeno espaço percorrido.
Figura 1: Mapa geológico do Rio Grande do Norte – 1977 à 1980.
A primeira parada foi explicado um pouco da geologia do estado do Rio Grande do Norte, onde apresenta uma grande diversidade geológica de rochas e de solos. Nesta parada foi localizada na depressão periférica da Chapada do Apodi, onde da origem ao grupo Apodi formada pelo Arenito Açu e pelo Calcário Jandaíra, onde é bastante comum nesta região.
As rochas calcária sedimentar é são formadas pela sedimentação e pela diagênese, pelo qual os sais da água do mar, se precipita formando carbonato de cálcio e carbonato de magnésio. Essas rochas apresentam camadas em sua constituição ocasionado pelo intercalamento entre períodos de verão e de inverno, elas também abrigam um aquífero (reservatório subterrâneo de água), denominado Aquífero Calcário Jandaíra, localizado entre 70 à 100 metros de profundidade e a sua água apresenta concentrações de sais, ou seja, água salgada, nelas também há presenças de fósseis.
A depressão periférica da Chapada do Apodi é um local de recarga do aquífero, ou seja, quando chove nesta região a água que cai no solo é  infiltrada abastece o aquífero do arenito Açu, que está localizado entre 800 e 1000 metros de profundidade, logo, é de fundamental importância se conhecer o local de recarga, por conta do seu rebaixamento e para se evitar problemas futuros relacionados a água como contaminação por substâncias tóxicas. O calcário quando entra em contato tem uma relação forte, portanto, no geral usa-se essa forma de reconhecimento, onde pode chegar até 800 metros de profundidade da rocha.
Figura 2: Calcário Jandaíra.
Figura 3: Calcário Jandaíra.
Na segunda parada teve como referência a Rocha Arenito Açu, que é formado pela deposição de sedimento, onde neste caso o constituinte principal é a areia, que foram sendo depositadas, pressionadas, até formar rochas arenosas. Toda a água que entra nesta rocha é filtrada, entretanto quem da a qualidade desta água filtrada é o teor de argila presente na sua constituição, portanto, quanto maior o teor de argila maior será o grau de pureza desta água. Outra importância desta rocha é que nela também pode ser armazenada o petróleo, nesta rocha também comprova que nesta região um dia já foi um deserto de areia.
Uma outra rocha esta presente nesta região, que é o foleólo, popularmente conhecida como rocha quebradiça, ela fica localizada entre o calcário e o arenito, comprovando mais uma vez que um dia o mar esteve nesta região, onde este mar era calmo e raso. Nesta região há uma grande deposição de materiais pelos fatores externos que mudam a terra.
Figura 4: Arenito Açu.
Figura 5: Foleólo.
Figura 6: Foleólo formado sob o Arenito Açu.
Na terceira parada teve como referência uma região cristalina próxima ao vale do Açu, onde foi deparado com a rocha sedimentar, denominada de Formação Moura ou Conglomerado. Esse material é recente (formado no período terciário), onde ele foi carregado pela ação da água (Rio Piranhas-Açu), pelo qual veio rolando durante longas distâncias, que também é conhecido como seixo rolado, devido ao seu formato arredondado. Esse material de solos aluvionais, são justificados pela ação dos rios, onde esta região é caracterizada pela exploração de argila, bem como a utilização para construção de aterros (conhecida como piçarra), na construção civil, dentre outros ramos. Estes solos que apresentam essa característica são de difícil cultivo de vegetações, por serem rasos, e constituídos basicamente por óxidos.
Figura 7: Formação Moura, Conglomerado ou Seixo Rolado.
Figura 8: Formação Moura.
Na quarta parada, foi encontrada rochas Cristalinas (metamórficas e ígneas), onde apresenta um paralelismo de minerais, sendo esta a principal característica das rochas metamórficas. Nas rochas metamórficas há uma mistura entre minerais escuros e claros, que tem origem a partir do granito. Essa rocha sofreu com intensos fatores internos, ou seja, sofreu um intenso metamorfismo. Esse mineral tem grande importância na construção civil. As quebras são devido as intensas pressões exercidas no interior da terra, e ao aflorar sobre o solo ela sofre uma quebra, ou seja, intensa ação intempérica, denominadas saprolíto (rochas alterada).
Figura 9: Rochas Metamórficas.
Figura 10: Rochas Metamórficas.
Na quinta parada foi encontrada as rochas ígneas ou magmáticas (pigmatídeo), que tem a sua formação a vários quilômetros de profundidade. São formadas rochas encaixantes, ou seja, rochas mais novas são encaixadas em rochas mais velhas. Essas rochas tem uma grande presença de mica e de feldspatos, nelas também se procuram rochas preciosas como o diamante. Essas rochas são muito resistentes em profundidades, entretanto, elas são rochas ácidas devido a presença de silicatos (mica, feldspatos, quartzo), que constitui cerca de 65% da mesma.
Figura 11: Rochas Ígneas.
Figura 12: Rochas Ígneas.
 Na sexta parada deparamos com as rochas ígneas (granitos), onde tem a sua formação mais próxima da superfície, favorecendo a uniformidade. Netas região é comum a presença de rochas aflorando sobre a superfície, elas são as rochas mais antigas do planeta, com mais de 2 bilhões de anos, são de formatos arredondados devido o seu intenso intemperismo esferoidal, elas também são ácidas devido os seus sais de formação e está localizadas no pé de plano 1, ou plano de rebaixamento.
Figura 13: Rochas Ígneas (Granitos).
 Figura 14: Rochas Ígneas (Granitos).
 Na sétima e última parada, nos deparamos com o Pico do Cabugi, que é uma formação rochosa de um vulcão extinto, localizado no município de Angicos, onde tem-se uma grande importância geológica por ser caracterizado com um monumento geológico, denominado Parque Ecológico Cabugi, sendo uma área protegida para preservação ambiental. Uma das primeiras citações sobre a existência do Pico do Cabugi foi feita por Moraes, em 1920, que reconheceu o pico como um vulcão extinto. O Pico do Cabugi é um das mais altas serra no estado do Rio Grande do Norte, sua forma cônica se elevando a cerca de 500m acima do nível do mar, onde é composto por rochas basálticas extrusivas, que apresentam granulação mais grossa que os basaltos.
Figura 15: Rochas Basálticas Extrusivas no topo do Pico do Cabugi.
Figura 16: Vista frontal do Pico do Cabugi.
Nesta matéria podemos observar que o estado do Rio Grande do Norte existem grande variação da sua formação rochosa, podendo encontrar rochas de formação recente até rochas com bilhões de ano como rochas ígneas. Possibilitou-se também conhecermos as duas formações rochosas que dão origem aos dois principais aquíferos (jandaíra e o arenito açu) que abastecem o estado. 

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Um pouco da geologia do estado do Rio Grande do Norte

No território do Rio Grande do Norte, aproximadamente 60% das rochas são de origem cristalina da idade Pré-Cambriana, isto é, são originárias da era mais antiga da história do Planeta. Ocupam grandes áreas na parte sul do Estado, com destaque para as serras, inselbergues e afloramento de rochas. Destaque para Serra Caiada, a Serrinha, Serra Rajada, Pico do Cabugi, entre outras formações rochosas. O restante do território, 40% da litosfera potiguar são formados por rochas sedimentares do Grupo Apodi, Formação Serra de Martins, Formação Barreiras e Bacia Potiguar, sendo de idade geológica mais recente, do Mesozóico e Cenozóico.
O Estado do Rio Grande do Norte localiza-se geotectonicamente na Província Borborema, Subprovíncia Setentrional. Seu substrato é constituído por rochas pré-cambrianas que ocupam cerca de 65% de sua área territorial e por rochas sedimentares mesocenozóicas que recobrem a porção restante. O substrato pré-cambriano compreende três domínios tectonoestruturais, o Domínio Jaguaribeano, a oeste, o Domínio Rio Piranhas-Seridó, parte central e o Domínio São José do Campestre, a leste, limitados por duas importantes zonas de cisalhamento brasilianas, a oeste a zona de cisalhamento Portalegre e a leste a zona de cisalhamento Picuí-João Câmara (ANGELIM et. al., 2006).
A Bacia Potiguar situa-se no extremo nordeste do Brasil, em sua maior parte, no território norte-riograndense, com pequena porção no Estado do Ceará. A Bacia Potiguar é controlada por falhas profundas, que continuam na direção da plataforma continental, onde se desenvolve uma sedimentação de margem passiva (ANGELIM et. al., 2006).
A formação Açu se caracteriza por camadas espessas de arenitos médios a muito grossos de cor esbranquiçada, com intercalações de folhelhos, argilitos verdes claros e siltitos castanho-avermelhados. Esses sedimentos estão sotopostos concordantemente às rochas carbonáticas, da Formação Jandaíra e sobrepostos discordantemente, na porção submersa da bacia, aos sedimentos da Formação Alagamar (Grupo Areia Branca). Sua espessura pode alcançar até 1.000 m na parte submersa da bacia. Os polimorfos encontrados na formação apontam para uma idade cretácea (Albiano-Cenomaniano). A Formação Açu é o principal aquífero da Bacia Potiguar. Suas águas, exploradas como água mineral, onde são utilizadas em hotéis, para abastecimento público e na agricultura irrigada (ANGELIN et. al., 2006).
A Formação Jandaíra é composta tipicamente por calcarenitos bioclásticos com foraminíferos bentônicos, por vezes associados a algas verdes a sua formação é recoberta por rochas sedimentares cenozóicas. A Formação Jandaíra é datada como cretácea (Turoniano ao Eocampaniano), a partir do seu conteúdo fossilífero. As mineralizações associadas a esta formação constante de calcários calcíticos e magnesianos, depósitos de gipsita e de argilito (ANGELIN et. al., 2006).
O Pico do Cabugi, está localizado a 7 km a oeste de Lages, Rio Grande do Norte, sendo considerado o mais jovem magmatismo continental do Brasil. Consiste de ankaratritos, basanitos e olivina-basaltos com afinidades basaníticas ou toleíticas, sendo composto principalmente de olivina, titanoaugita, minerais de óxido de ferro, plagioclásio, apatita e vidro ocasional. Os basaltos são moderadamente a fortemente subsaturados em sílica, SiO2  variando de 39% a 45%, com quase todas as amostras sendo nefelina-normativas, e exibindo concentrações altas de alguns elementos incompatíveis, como Ti, K, Sr, e Ba. O posicionamento desta suite basáltica Terciária está relacionado ou a um reajuste interno dentro da placa Sul-americana, durante seu deslocamento para oeste, ou a um alívio de pressão de zonas arqueadas formadas no Mesozóico Superior durante a abertura do Oceano Atlântico sul.

ANGELIM, L. A. A., et al.. Geologia e recursos minerais do Estado do Rio Grande do Norte - Escala 1:500.000. Recife: CPRM - Serviço Geológico do Brasil, 2007.


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Controle da Cochonilha do Carmim na palma forrageira cultivada no semiárido nordestino

O nordeste brasileiro apresenta uma grande área cultivada com a palma forrageira, da família das cactáceas, onde a sua principal utilização é na pecuária, principalmente na época estiagem onde está se tornando a principal fonte alimentício dos rebanhos de bovinos, ovinos e caprinos. Como discutido em postagens anteriores são cultivadas basicamente duas variedades de palma mais cultivadas são a palma miúda ou doce (Nopalea cochenillifera(L)SD.) e a palma graúda (Opuntia ficus-indica Mill.), onde ambas são oriundas do México.  
A área cultivada com palma no semiárido nordestino é superior aos 500 mil hectares, onde apresentam características de fundamental importância para a pecuária como a grande capacidade de adaptação a região semiárida, rusticidade e a longevidade, bem como a grande aceitabilidade pelos animais ruminantes.
As cactáceas forrageiras são espécies bem adaptadas as condições adversas do Semiárido,por conta de sua fisiologia caracterizada pelo processo fotossintético denominado metabolismo ácido das crassuláceas (CAM) , estas plantas a noite abrem os estômatos que permitem a entrada do CO2, que fica armazenado temporariamente em ácido málico, sendo consumido nas reações fotossintéticas do dia seguinte. A redução do CO2 na fotossíntese ocorre sem a troca de gases com a atmosfera consequentemente sem perda de água. Além desse comportamento fisiológico a palma apresenta raízes superficiais que penetram normalmente, até oitenta centímetros de profundidade no solo e atingem vários metros de extensão formando verdadeira rede capilar, com elevada capacidade de absorção da água do solo.
Apesar de apresentar inúmeras características benéficas, existe uma praga que é motivo de grande preocupação, que é a cochonilha do carmim, muito embora a palma forrageira apresenta uma elevada variabilidade genética, fazendo com que algumas pragas não tenham alcance em todas as espécies cultivada. Muito embora a doença surgiu de forma inesperada, visto que a introdução da palma tinha como principal objetivo a produção de um corante natural, denominado carmim, que por sua vez seria utilizado na indústria alimentícia e de cosméticos. 
Entretanto ainda não se sabe ao certo como se deu a introdução da cochonilha no país. Os primeiros relatos de danos à palma forrageira ocorreram no Município de Sertânia, PE, em 1998. Segundo o Ministério da Agricultura, devido à especificidade das cochonilhas e, em particular, o fato de que D. opuntiae só ataca cactáceas do gênero Opuntia (Redonda e Gigante), é interessante a introdução de Nopalea cochenillifera (palma miúda ou doce) e de variedades do gênero Opuntia resistentes à praga nas áreas onde a cochonilha se mostre mais agressiva (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 2012). Existem suspeita que houve a introdução errônea da espécie Dactylopius opuntiae ao invés da correta, D. coccus para a produção de corante natural (carmim cochonilha) em escala experimental, desencadeando assim grandes problemas com a conhecida doença cochonilha do carmim.
Essa praga apresenta-se como pequenos tufos brancos imóveis, parasitando raquetes de palmas do gênero Opuntia. Os tufos são constituídos por uma secreção cerosa que contêm finos filamentos produzidos pelo inseto, protegendo-o de predadores. Levantamentos atuais identificaram a praga em Pernambuco, na Paraíba e no Ceará. Existe o risco de se espalhar para os Estados do Rio Grande do Norte e Alagoas, daí atingindo a Bahia.
Figura 1: Palma atacada pela cochonilha do carmim.
Figura 2: Raquetes atacadas pela cochonilha do carmim. 
Figura 3: Cochonilha do carmim ocasionando a morte do palmal. 
Ações de controle
O controle de trânsito: é a principal forma de disseminação da cochonilha, ocorrendo por meio de raquetes infestadas, devido o comércio de raquetes ser uma prática comum. O controle do trânsito da palma de locais infestados torna-se uma ferramenta bastante importante de controle da praga, tornando assim o transito interestadual restrito. Apenas propriedades certificadas podem comercializar raquetes e mudas para fora do estado. Para transito interestadual é exigido o Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) emitido por um responsável técnico e para o transito interno de raquetes é de responsabilidade do órgão de defesa agropecuária de cada estado.
Controle com inimigos naturais: as cochonilhas podem ser controlados por joaninhas, que por sua vez são predadores vorazes, entretanto o ambiente do semiárido torna-se inóspito para o estabelecimento de populações de inimigos naturais para exercerem o controle biológico da cochonilha do carmim.
Uso de variedades resistentes: devido a grande especificidade das cochonilhas, em especial a D. opuntiae que ataca somente as cactáceas do gênero Opuntia, sendo necessário a introdução do gênero Nopalea cochenilifera e de variedades do gênero Opuntia resistentes à praga nas áreas onde a cochonilha se mostre mais agressiva.
Controle químico: essa forma de controle torna-se dificultado devido o baixo nível tecnológico dos produtores e pela ausência de agrotóxicos registrados a cultura. Algumas pesquisas mostram aplicação de sabão em pó, água sanitária e outras alternativas apresentam resultados satisfatório.
Táticas de manejo cultural, como a poda e catação de raquetes caídas e o controle mecânico nos focos iniciais podem e devem ser conjugados, garantindo assim maior eficiência. 

Bibliografia consultada
GERALDO PEREIRA DE ARRUDA FILHO & GERALDO PEREIRA DE ARRUDA. Manejo integrado da cochonilha Diaspis echinocacti praga da palma forrageira em Brasil. Manejo Integrado de Plagas y Agroecolog.a (Costa Rica) n. 64, p. i-vi , 2002.
Magno J. D. Cândido et al. Cultivo de palma forrageira para mitigar a escassez de forragem em regiões semiáridas. Informe Rural, ano VII, n.3, 2013.
Formulários de Espécies incluidas no Regime de Proteção. Disponível em: < http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/vegetal/Importacao/Requisitos%20Sanit%C3%A1rios/Rela%C3%A7%C3%A3o%20de%20Pragas/Cochonilha%20do%20Carmim%20na%20Palma%20Forrageira.pdf>. Acessado em 06 de janeiro de 2014.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Cultivo da palma forrageira no estado do Rio Grande do Norte

A palma tem grande capacidade de armazenar água, é rica em energia e de fácil digestão. Além disso, os animais a apreciam muito. Ao longo dos anos, o sertanejo se acostumou a contar com ela. Para se ter uma idéia, o Brasil tem hoje a maior área plantada do mundo, cerca de 600 mil hectares, a maioria cultivada com a espécie Opuntia ficus indica, mais conhecida como palma gigante, de origem mexicana. A produtividade, porém, é baixíssima: cerca de 40 toneladas por hectare. No México, país de origem da espécie, os agricultores conseguem colher até 400 toneladas, ou seja, dez vezes mais. Fazer análise de solo também ajuda nos tratos culturais, porque a palma não se dá com a terra ácida e salina. O plantio é feito com as raquetes da planta, que devem ser grandes, viçosas e sadias. Elas ficam de dez a 15 dias repousando à sombra para desidratar, depois são plantadas dentro de sulcos que ajudam a reter a água. A adubação química, principalmente com fósforo, e a orgânica são feitas dentro dos sulcos. As raquetes são colocadas bem próximas umas das outras para aproveitar melhor o espaço. No caso da palma gigante, a distância é de nove centímetros. Para aumentar ainda mais a produtividade, depois de desidratadas para não queimar, as raquetes são alinhadas de frente para o sol, para acelerar o processo de fotossíntese e nutrir melhor os brotos que virão.Quando caem as primeiras chuvas, no entanto, o agricultor ainda deve acrescentar uréia nos canteiros em formação. 
A palma é um volumoso rico em energia e capaz de substituir o milho, entretanto é pouco cultivado no Rio Grande do Norte, onde a palma forrageira é apontada como opção para nutrir os rebanhos ovinocaprino e bovino em períodos de estiagem. Para estimular pecuaristas a adotarem esse tipo de ração. A produtividade da palma forrageira irá variar de acordo com o manejo que é adotado no cultivo, onde pode obter anualmente mais de 600 toneladas por hectare, utilizando pouca água. Logo podemos dizer que adotando uma adubação favorável e um bom manejo consegue-se alta produtividade. 
A palma é uma das principais alternativas de produção de alimentos para o semiárido e uma opção para o pequeno produtor, visto que mesmo com pouco recurso se obtém uma produtividade satisfatória. 
Apesar de ser pobre em proteínas, a palma contém um alto teor energético, necessário para os rebanhos. Os ruminantes precisam de energia para ruminar e fazer a síntese da proteína. Durante a estiagem, o principal desafio dos produtores é conseguir fontes de energia para alimentar os animais, e a palma pode ser uma opção, já que se adapta muito facilmente ao clima mais seco. O animal que consome palma in natura requer pouca água para sobreviver em épocas de seca. 
O Rio Grande do Norte pode ganhar um reforço de R$ 10 milhões na luta contra os impactos da seca. O recurso é o valor estimado para a viabilização de um projeto apresentado recentemente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), onde se tem o objetivo de ampliar os campos de produção de palma irrigada no estado e garantir uma reserva a mais de energia para o rebanho potiguar nos tempos de estiagem.
A palma irrigada não se deve associar à irrigação de outros produtos, como de milho e sorgo. Enquanto para estes alimentos se gasta em média 100 mil litros de água por dia na irrigação de 1 hectare (10 mil m²), para a cactácea não se gasta mais do que 75 mil litros por mês. Enquanto que para a palma são gastos apenas 7,5 litros por metro a cada 15 dias num sistema de gotejamento, em que apresenta elevada eficiência.
O primeiro passo previsto no projeto é fazer uma área de 50 hectares para produzir palma e distribuir raquetes (mudas da planta) para o estado inteiro. A estimativa é de que nesta área, se produza cerca 15 milhões de raquetes por ano. Esta unidade de produção garantirá uma economia considerável para o produtor que, se quisesse plantar por conta própria, pagaria cerca de 40 centavos por cada raquete. Palmais de um hectare levam cerca de 50 mil mudas, o que representaria um gasto de R$ 20 mil.
No projeto, está contemplada a implantação de 100 unidades de 0,2 hectares em pequenas propriedades, com a irrigação e secador solar. A ideia é que estes pequenos agropecuaristas, como vão receber as raquetes através dos recursos federais, assumam o compromisso de repassar a outros produtores 25% do que conseguirem produzir. Assim, estará garantida a capilarização dos palmais em todo o estado.
Ainda se deve testar diferentes formas de captação de água, utilizando barragens subterrâneas, sistema de calçadão (área com captação de água que joga o recuso em uma cisterna) e poços de baixa vazão mesmo que a qualidade da água não seja tão boa.
Um detalhe importante é que estas mudas produzidas nos 50 mil hectares serão de espécies resistentes às pragas que comprometem a produção. Há dois tipos muito comuns de doenças: a cochonilhas-de-escama e a cochonilha-do-carmim. A primeira prejudica em menor proporção, mas a segunda já, praticamente, varreu os palmais de Pernambuco e da Paraíba. A praga é provocada por um inseto (Dactylopius opuntiae) que se alimenta da seiva das plantas e introduz toxinas que podem destruir a palma forrageira em poucos meses se não for combatida rapidamente. 
Uma pesquisa do estado de Pernambuco comprovou que há dois tipos de palmas resistentes a estas pragas, a Palma Orelha de Elefante Mexicana e a Palma Miúda, que já é usada no Rio Grande. A Gigante, presente nas pesquisas anteriores da Emparn, é suscetível e, por isso, não deve voltar a ser usada.
Figura 1: Palma atacada por cochonilha. 
Figura 2: Plantação de palma gigante. 
Figura 3: Palma miúda, resistente a cochonilha. 
Figura 4: Palma Orelha de Elefante, resistente a cochonilha. 
Figura 5: A orientação do plantio de palma deve ser de frente para o sol. 


Como fazer uma composteira em propriedades rurais e em residências urbanas

O lixo doméstico ainda está longe de ser reaproveitado, entretanto com a capacidade esgotada, os lixões já não conseguem mais absorver a quantidade produzida pela população. Os resíduos orgânicos, como restos de comida, podem ser utilizados como adubo na produção agrícola. E uma das maneiras de se fazer isso é por meio da construção de composteiras em propriedades rurais, e até mesmo em residências urbanas.
O processo é simples. Para o produtor que possui espaço e tem lixo orgânico de sobra, basta apenas construir leiras trapezoidais ou piramidais no solo, intercalando palha e esterco até formar uma pilha de 1,20 metro. Para quem tem uma área limitada, a construção de uma composteira de alvenaria é a melhor opção.
Desta forma a composteira não forma cheiro, pois se trata de um processo aeróbio. Caso isso aconteça é porque há algum problema, como excesso de umidade ou falta de oxigênio no interior da leira causada pela compactação do material. Além disso, como não há odor, não há o surgimento de animais ou insetos, somente aqueles responsáveis pela decomposição da matéria orgânica.
O tempo médio de compostagem da leira varia de três a quatro meses dependendo das condições ambientais e das características dos materiais utilizados. O composto orgânico produzido pode ser reaproveitado em hortas, jardins, lavouras e no pasto. Além de adubo, o material serve como condicionador do solo.

PREPARO DO COMPOSTO EM GRANDE ESCALA EM FORMA DE PILHAS
Prepara-se o composto formando-se pilhas diretamente sobre o solo. As pilhas são constituídas por camadas de restos vegetais intercaladas de meios de fermentação. A montagem da pilha (monte, meda ou leira) deve ser feita preferencialmente em terreno levemente inclinado para evitar que a água empoce na época das chuvas. O local escolhido deve ficar localizado próximo à uma fonte de água para facilitar a irrigação. O preparo, sempre que possível, deve ser feito onde se encontra a maior quantidade de matéria-prima ou próximo de onde vai ser instalada a cultura a ser adubada com o composto.
Escolhido o local, demarca-se no chão uma área de 3 a 4 metros de largura, deixando-se um espaço para um comprimento indeterminado, que poderá variar de acordo com a disponibilidade de material a ser compostado no momento, Havendo mais matéria-prima depois de algum tempo pode-se formar uma nova pilha (maior), ou prolongar à anterior. A largura da pilha pode ser de 2 a 2,5 m e o comprimento é variável.
Quanto à forma das pilhas, recomenda-se para as estações chuvosas, que se montem as pilhas com formato triangular com o ápice ligeiramente arredondado, para favorecer o escorrimento da água. Em outras estações, as pilhas podem ter formato trapezoidal, que ao contrário, facilita a infiltração de água se isso for conveniente, e é também, o formato que tornam as pilhas baixas e largas. Uma dica para que as pilhas fiquem com dimensões semelhantes, na base e na parte superior, é começar cada camada pelas laterais, como se fosse fazer um alicerce e depois preencher o centro da leira.
Na área demarcada dispõe-se uma camada de gravetos para servir de suportes, sobre a qual coloca-se uma camada de 15 cm de materiais misturados e classificados como restos vegetais. Quanto mais variados forem estes restos menor será a tendência à compactação, o qual é mais intenso quando se emprega um só tipo de restos. A medida que se completa a formação de cada camada, deve ser feita a irrigação preferencialmente com chuveiro com furos finos. Completada a formação da primeira camada de restos vegetais, dispõe-se sobre esta uma camada de meios de fermentação com cerca de 5 cm de espessura. Deve-se guardar uma proporção de três volumes de restos vegetais para um de meios de fermentação.
A formação de pilham deve prosseguir alternando a camada de restos vegetais com a de meios de fermentação e irrigando-se, sem encharcar ou deixar escorrer água pela base do composto. As camadas deverão formar uma pilha com 1,5m de altura ou no máximo 1,8 m. Os materiais devem ser colocados sem serem compactados ou pisoteados, procurando-se ter o máximo de espaços vazios, para garantir arejamento ao composto.
Observando-se essas condições, a fermentação produzirá calor e a temperatura se elevará, sendo esta a primeira indicação do início da compostagem. Na falta de um termômetro, pode-se utilizar uma barra de ferro para acompanhar o desenvolvimento de calor no composto para se ter uma idéia de quando se inicia a fermentação. Introduz-se uma barra de ferro na pilha, remove-se a barra e apalpa-se a uma distância de cerca de 40cm de extremidade. Se o operador conseguir manter a mão firmemente na barra, a temperatura do composto estará inferior a 50ºC (fase mesófila); se não for possível suportar o calor da barra de ferro a temperatura estará acima de 50ºC (fase termófila). A temperatura considerada ótima para a decomposição de restos vegetais é de 55 a 65ºC.
Recomenda-se revolver a pilha, misturando-se as camadas de restos vegetais e meios de fermentação; é que neste ponto os microrganismos das camadas de meios de fermentação já se multiplicaram e irão agora inocular a massa de restos vegetais. É importante que durante o revolvimento proceda-se a irrigação do composto, pois agora os restos, em fase de decomposição absorverão melhor a água. O revolvimento tem por finalidade homogeneizar o composto, permitir a irrigação mais perfeita e dar boas condições de arejamento, pois com o tempo a pilha tem a tendência de se compactar reduzindo sua altura em até um terço da original.
Recomenda-se que sejam feitos, ao longo do processo, de três a cinco revolvimentos, dependendo da textura do material utilizado, pois materiais mais grosseiros necessitam maior número de revolvimentos. Estes são realizados em intervalos de 25 a 30 dias, logo após o início da diminuição da temperatura, ou quando se notar a necessidade de fazê-los, por excesso de umidade, mau cheiro, presença de moscas, etc. A compostagem é um processo que ocorre sem exalar mau cheiro e sem atrair moscas. Se isso estiver ocorrendo, basta revolvê-lo mais vezes, sem irrigá-lo, até que a fase de putrefação instalada, responsável por esses inconvenientes, desapareça.

PASSO A PASSO DO PREPARO DO COMPOSTO EM RESIDÊNCIAS URBANAS EM COMPOSTEIRAS
1- Inicialmente deve-se adquirir três caixas de plástico empilháveis e com tampa, respeitando as seguintes dimensões 30 x 40 x 15 cm de altura para famílias com até duas pessoas e 45 x 60 x 30 cm de altura para famílias com até cinco pessoas. 
2- Fure o fundo de duas caixas com buraquinhos de aproximadamente meio centímetro de diâmetro. 
3. Em uma das caixas furadas, coloque um pouco de terra e as minhocas (cerca de meio litro), e enterre o material orgânico (úmido) misturado com o dobro de material seco. Quanto mais picadinho, mais rápido o húmus ficará pronto.
4. Empilhe as três caixas e tampe. A vasilha furada deve ficar em cima, a cheia no meio e a sem furos embaixo, para armazenar o chorume gerado durante a compostagem. Como esse líquido é rico em nutrientes, também serve para adubar as plantas. Basta usar na rega ou borrifá-lo sobre as folhas a cada 20 dias.
5. Empilhe as três caixas e tampe. A vasilha furada deve ficar em cima, a cheia no meio e a sem furos embaixo, para armazenar o chorume gerado durante a compostagem. Como esse líquido é rico em nutrientes, também serve para adubar as plantas. Basta usar na rega ou borrifá-lo sobre as folhas a cada 20 dias.
6. Quando a caixa do meio se encher completamente, passe-a para cima e coloque a que estava em cima no meio. As minhocas ficarão no andar superior, trabalhando para produzir o húmus, enquanto você torna a despejar o lixo orgânico na caixa vazia. E o chorume escorrerá nela, deixando o adubo da caixa de cima sequinho. As minhocas passarão pra baixo. Após 50 dias, tudo terá virado adubo. Sua composteira está pronta. As minhocas não sairão da caixa para dar uma voltinha pela sua casa, visto que elas não gostam de luz e tendem a se esconder quando a tampa da composteira é aberta.

Figura 1: Formação de uma pilha de compostagem alternando com palhada e compostos orgânicos. 
Figura 2: Composteira de formato trapezoidal e seus principais constituintes.
Figura 3: Pilhas em formato triangular. 
Figura 4: Composteira doméstica.   
Figura 5: Formato universal da composteira doméstica.  
Figura 6: Passo a passo da constituição da composteira.

Principais espécies cactaceas nativas utilizadas na formação das pastagens no Semi-Árido


O Semi-árido nordestino é constituído por uma vegetação exuberante onde mostra-se muito resistente a seca, onde podemos encontrar inúmeras espécies de cactáceas resistentes a seca, sendo elas bastante indicada para a alimentação dos animais (bovinos, ovinos e caprinos). Dentre as cactáceas as que mostram mais indicadas para a alimentação animal são o cardeiro, coroa de frade, facheiro, mandacaru, palma forrageira, xique-xique e dentre outros. 
Cardeiro (Cereus chrysostele)
O Cardeiro apresenta uma boa palatabilidade, sendo uma alternativa para a região semiárida nordestina, visto que possui uma ótima adaptação a regiões de clima quente e seco. As suas folhas são dispostas na forma de espinhos com um caule dividido em artículos, caulinares, globosos, com secção transversal poligonal e na maioria das vezes de vértice arredondado. Apresenta uma boa produtividade, desde que se tenha cuidados no seu manejo, sendo um ótima saída para os longos períodos de seca da região nordeste do Brasil.
Figura 1: Cardeiro (Cereus chrysostele).

Coroa de frade (Melocactos ernestii)
A coroa de frade é uma espécie endêmica do Brasil (Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais e Sergipe), ocorrendo principalmente na caatinga e em brejos de altitude. É comum na área de estudo, ocorrendo como indivíduos isolados ou em populações, sobre rochas graníticas, em altitudes de 900 até 1.100 m, sendo as maiores altitudes já registradas para a ocorrência desta espécie. Apesar desta planta apresentar grande quantidades de espinhos é uma boa alternativa para os períodos mais críticos do ano, ou seja, logos períodos de estiagem. 
Figura 2: Coroa de frade (Melocactos ernestii).

Facheiro(Cereus squamosos)
O Facheiro é um cacto, de um alto porte chegando a 10m de altura, destituído de folhas, com presença de espinhos, sendo o caule dividido em artículos colunares. Os caules colunares e globosos possuem secção transversal poligonal apresentando 3 ângulos na maioria das vezes de vértices arredondadas. O fruto em geral é grande e de colorido vistoso (comumente vermelho).
Figura 3: Facheiro(Cereus squamosos).

Mandacaru (Cereus jamacaru DC.)
Essa espécie ao ser encontra na mata nativa apresenta um porte variando de 5 a 6 metros de altura, e com diâmetros variando entre 20 a 60 centimetros, na plantas mais velhas. A sua produção quando encontrada na mata nativa e baixa, entretanto quando a mesma é cultivada e manejada corretamente eleva a sua produção. Apresenta um valor nutricional variando de médio a baixo, sendo sugerido para a alimentação complementar ou como volumoso. Essa espécie nativa apresenta uma boa palatabilidade, entretanto a mesma deve passar por um processo de beneficiamento para a retirada dos espinhos. Essa espécie é encontrada na região semiárida, onde a precipitação pluvial é baixa, a sua umidade relativa é baixa e as suas temperaturas são elevadas. 
Figura 4: Mandacaru (Cereus jamacaru DC.)

Palma Forrageira (Opuntia sp.)
Forrageira característica da região Nordeste do Brasil, constituído assim uma das mais importantes bases da alimentação do gado. É uma planta que desafia em grande parte as adversidades de um clima seco e árido, abrasador às vezes, prosperando ainda em meios arenosos, pedregosos, quentes, áridos e de escassa fertilidade. No Brasil, temos três tipos de palmas muito distintas: a Opuntia sp. (Palma Graúda ou Grande), a Napalea Cochenifera (Palma Redonda). Apresentam composição química semelhante, o gado aprecia, sobretudo a palma miúda e a palma grande. Estes cactos não têm espinhos. Encontrando boa ecológica, a palma não ultrapassa os 4 metros de altura. O seu tempo de corte pode variar de um ano e meio a três anos, colhendo-se assim os artículos, cortando-os nas articulações, não se mete o gado no palmal para não prejudica-lo. Em media, a palma fornece por hectare, de 100 a 150 toneladas de artículos no corte, valendo salientar que plantado é no compasso de 1,50 metros por 1,0 metro.
Figura 5: Palma Forrageira (Opuntia sp.).

Xique-xique (Pilocereu gounellei)
O xique-xique apresenta uma palatabilidade, sendo consumida em maiores quantidades nas épocas de seca, onde o alimento para os ruminantes são escassos é uma exelente alternativa. Desenvolve-se muito bem nos trechos mais secos e de solo mais raso das regiões semi-áridas do Ceará, rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia. Pode ainda se multiplicar em regiões rochosas, cobrindo assim áreas extensas, que os espinhos de forte resistência tornam-se quase impenetráveis. È apreciado pelo gado, sendo conveniente pica-lo antes de fornecer na alimentação.
Figura 6: Xique-xique (Pilocereu gounellei).